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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

E NOIS É OS GATÃO



1
Existem coisas na vida
Que nem sempre agente vê
Aquelas que não se sabe
É melhor querer saber
Vou falar de dois rapazes
E do que eram capazes
É só o folheto você ler
2
Os irmãos José e João
Eram bons de aventura
E também eram compadres
De amizade mais segura
Pra uma aventura começar
Resolveram ir passear
De carro e que luxuria
3
Pobre só sobe na vida
Quando consegue pular
Se um tem coisas velha
Outro começa criticar
Zé diz isso é inveja
Os cotovelos não caleja
De tanta dor que tá
4
E era um carro velho
Que só queimava botijão
As rodas cambaleavam
A lataria batia no chão
Pra pegar era no tombo
Cada vidro tinha um rombo
Só fumaça sem direção
5
Empurraram meia hora
Só pegou com uma oração
Saiu aquela latumia
O motor dando explosão
Uma moça passa na frente
Zé fala todo contente
Ei menina e nois é os gatão
6
A moça fica com medo
Mas depois começa rir
João diz tamo com sorte
Zé diz vamos curtir
Zé motorista acelera
É quando grita a galera
Tira esse trosso daqui
7
Ganha corro asfalto
Á sempre dez sempre vinte
João – olha a policia
Zé diz – é o seguinte
Pra poder agente parar
É o pé no chão rastar
Mesmo que asfalto pinte
8
O guarda vem abanando
Ver realmente se parou
Dizendo – bonito em?
João fala – e veloz doutor
Cadê os documentos?
Esse é sofrimento
Faz tempo que ninguém achou
9
Você tá brincando
Não sinhô nem é de tá
O carro de ferro tá assim
E os papé Cuma num tá?
O guarda continua su missão
João sua gabelação
Na tentativa de passar
10
O cinto de segurança
Ta amarrado no bujão
E aqui os faróis quebrados
É que batemo no murão
Do istintor fiz um FIFO
Pra caçá nos brocotó
Chamado boca de pilão
11
Aqui só tem uma macha
O moto tá istorado
A lataria toda pode
Os pneu vei custurado
Os banco tá só nas mola
Os sapato acaba sola
Com o frei vei quebrado
12
O guarda se atrapalhou
Com a lista assumida
Então prender o carro
Seria uma grande intriga
Dinheiro eles não iam ter
O jeito então á fazer
Deixar passar sem briga
13
Pra onde vocês vão
Fazenda boa esperança
De um dia boa colheita
Chuva lá é sem confiança
Onde fica isso aqui
Bem pertin logo ali
Dois quilome de distança
14
O guarda quis avisar
Que aquilo é perigoso
Mas naquela situação
Deixava-o temeroso
Mas ali era seu dever
Só sabia o que fazer
O negocio é revoltoso
15
Todo mundo tem direitos
Mas não é pra todo mundo
Ter todos os direito
Isso é até profundo
Pra quem quer levar a vida
Igual quem tem guarida
Nos defeitos deste mundo
16
Disse então o guarda
Farei uma boa com vocês
Não vou prende-los agora
Nem quero vê-lo outra vez
Vão trabalhar na roça
Quem sabe vocês não possa
Comprar um carro tal vez
17
Falou José afoitado
É a roça qui nos matem
Come o povo do mato
E os da cidade tamem
O sinhô num vem humilhar
Qui no cargo qui aí tá
Liberdade o sinhô num tem
18
Diante a situação
Dos dois ousado ali
Irritado o guarda ordena
Vocês dois sumam daqui!
Os dois se olharam então
Responderam – ne assim não
Dá um empurrãozinho aí. 

NALDÃO. ARTES
FRANCISNALDO SILVA DE SOUZA
POETA ATOR E DIRETOR
DRT BAHIA 33-38

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