I
Depois de um tempo cheguei
Onde sempre costumei
Pra comprar um chapéu
O lugar tava bonito
Eu achei esquisito
Não tava indo pro céu
II
E sabe quem chegou
Apareceu uma moça
Bonita que ave Maria
Me perguntou o que eu queria
Queria não quero e ouça
III
Cadê o velho Detão
Não sei quem é não
O dono disto aqui
O dono se chama Toledo
Olha não to de brinquedo
E touro eu derrubo por Aí
IV
Ai sabe o que ela me disse
Não foi nada de bom visse
O que o senhor quer?
Eu disse arre bicha bruta
Espernei feito mamuta
Mas nada pra mim você é
V
Aí o que ela me falou
Foi o que mais me danou
Senhor assim não dá
Não sei quem é você
Tenho muito o que fazer
Chame se algo precisar
VI
Rosnei olha sua burrinha
Não rebata honra minha
Que te desço o reio
E no meio da confusão
Tal vez chame seu patrão
Para lhe dar uns conselhos
VII
Arremesse contra mim
Aqui é um Chopin
A segurança vou chamar
Eles chegarão agora
Lhe joga porta fora
E agente ver no que é dá
VIII
Eu disse olha, pois bem
Aqui não me convém
Não volto mais neste bordel
Tal vez a feira me aponta
Alguém que dê conta
De comprar meu chapéu
IX
Eu sempre disse a Detão
Que nunca vendesse não
Aquele bendito lugar
A quem ele fosse vender
Dele besta ia fazer
Que muito lucro ali dá
X
Mas ele não me ouviu
De surdo se fingiu
E resolveu vender
Hoje vive na penura
Lamentando a vida dura
E a besteira que foi fazer
E a besteira que foi fazer
NALDÃO. ARTES
FRANCISNALDO SILVA DE SOUZA
POETA ATOR E DIRETOR
Nenhum comentário:
Postar um comentário
BRIGADO PELA SUA ATENÇÃO